
Jornalista, assina a coluna Bras�lia. Na Folha, foi correspondente em Londres e editor interino do 'Painel'.
O colapso do Rio
BRAS�LIA - Seis dias seguidos de tiroteios, uma comunidade de 70 mil moradores sob fogo cruzado, quase 3.000 crian�as sem aulas. Os n�meros do bangue-bangue na Rocinha s�o um novo atestado de colapso da seguran�a p�blica no Rio. Um ano depois de sediar os Jogos Ol�mpicos, a cidade volta a ficar de joelhos para o crime organizado.
A guerra na maior favela do pa�s foi deflagrada por um racha entre traficantes de drogas. Mas a crise s� tomou essas dimens�es por causa da fal�ncia do Estado, da omiss�o das autoridades e do fracasso das UPPs, que foram vendidas como solu��o para conter a viol�ncia.
A promessa de "pacificar" as favelas sucumbiu � corrup��o e � falta de planejamento. Relatos de abuso de poder e de cobran�a de mesada do tr�fico minaram a confian�a no programa. Ao mesmo tempo, a concentra��o do efetivo policial em apenas 38 comunidades estimulou os bandidos a se alastrarem pela periferia da capital e pelo interior.
As UPPs foram virtualmente abandonadas no m�s passado, com a retirada de 30% dos policiais. Foi um enterro sem velas. Com a criminalidade em alta, o governo alegou que precisava de homens para patrulhar as ruas e vias expressas.
Em julho, o governo apelou a um truque antigo: pediu socorro �s For�as Armadas. Os militares desfilaram na orla e estacionaram tanques no gramado do Aterro e em pra�as da zona sul. Com apenas tr�s dias de opera��o, o presidente Michel Temer anunciou uma redu��o "enorme" da criminalidade. Em poucas semanas, os blindados sumiram. Reapareceram nesta sexta, quando a situa��o j� estava fora de controle.
Enquanto a Rocinha vivia dias de faroeste, S�rgio Cabral foi condenado a mais 45 anos de pris�o por corrup��o. Ele comandou um esquema que depenou o Estado e deixou como heran�a seu antigo vice, incapaz de comandar as pol�cias. O colapso da seguran�a � um crime pelo qual o ex-governador nunca pagar�.
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Coment�rios
Ver todos os coment�rios (5)ELTON FREITAS
24/09/2017 12h47 DenunciarWilmar Brito
24/09/2017 11h49 DenunciarE o rio de colapsos gigantes ?Tropical demais ! 13 anos de cachoeiras de colapsos.br ! Dinâmica do penicão cercado de peniquinhos ! Coisas de bund ocracia e bund ocratas.
MARCELO PITTA COELHO
24/09/2017 08h24 DenunciarO colapso do Rio é resultado direto do populismo, que o eleitor carioca sempre cultivou e chancelou com seu voto. E o maior e mais destrutivo deles, "onde tudo começou", foi o Brizola, uma desgraça, um desbocado que destruía tudo em que punha a mão.
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Que a atuação medíocre do Exército neste episódio sirva de exemplo para aqueles aloprados que defendem a volta dos Generais no comando da Nação. Militares estão se resumindo a um instrumentos de manipulação das forças que , efetivamente, governam este Pais . Ora vê se faz sentido o exército ser co-adjuvante ? ficar nas cercanias do conflito ? verdadeiros fantoches .