
� empres�rio e conselheiro da Natura. Escreve �s sextas, a cada duas semanas.
A ind�stria 4.0 abre oportunidades que n�o podemos perder
Local Motors via The New York Times | ||
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Equipamento imprime um ve�culo Strati, modelo el�trico, em impressora 3D, da Local Motors, em NY |
O mundo vive momentos de apreens�o devido �s mudan�as no cen�rio pol�tico global e em diretrizes econ�micas que pareciam consolidadas.
No Brasil, as incertezas se acentuam em raz�o de uma recess�o mais profunda e renitente do que se previa. Os pa�ses desenvolvidos, por sua vez, apresentam h� mais de uma d�cada taxas de crescimento modestas, provocadas, na vis�o de alguns especialistas, pelo baixo impacto das inova��es tecnol�gicas na evolu��o da produtividade.
A meu ver, � um quadro que se encontra no limiar de uma profunda mudan�a, que, embora ainda em fase de amadurecimento, come�a a ganhar contornos mais precisos. Os americanos a chamam de manufatura avan�ada ou manufatura inteligente, enquanto os alem�es preferem a denomina��o ind�stria 4.0.
Em ambos os casos, trata-se de forma in�dita e transformadora de organizar as cadeias de suprimento, a produ��o e a comercializa��o, revolucionando a ind�stria, os servi�os e os demais setores da economia.
A ess�ncia dessa revolu��o reside na intelig�ncia que as m�quinas passar�o a ter para coletar e processar informa��es necess�rias � tomada de decis�o para organizar a produ��o.
A nova ind�stria se caracteriza pela integra��o de tecnologias j� conhecidas, como intelig�ncia artificial, impress�o 3D, big data, computa��o em nuvem, internet das coisas e realidade ampliada, entre outras. O di�logo cont�nuo entre tais vetores vai dotar as f�bricas de um grau in�dito de efic�cia e autonomia.
Os custos ser�o menores, e os ganhos de efici�ncia e de produtividade, extraordin�rios. A transforma��o tamb�m permitir� atender �s particularidades de cada mercado consumidor, unindo o melhor de dois mundos: a manufatura customizada e o baixo custo de produ��o.
O avan�o do processo depender� da velocidade da evolu��o tecnol�gica e do ritmo que as empresas v�o imprimir �s mudan�as, al�m das a��es p�blicas orientadas ao tema.
Grandes grupos empresariais e os pa�ses l�deres industriais j� d�o passos significativos nessa dire��o. Na Alemanha, a meta � refor�ar as compet�ncias de seu sistema fabril para responder � concorr�ncia asi�tica e preservar seu papel de provedor mundial de bens de capital.
Nos Estados Unidos, o objetivo � mobilizar o gigantesco arcabou�o de pesquisa para manter a lideran�a do progresso tecnol�gico.
Al�m disso, no caso dos americanos, empresas de tecnologia, como Google, Apple, Amazon e Facebook, entre outras, veem a manufatura avan�ada como uma porta aberta para o desenvolvimento e consolida��o de novos modelos de neg�cio.
A combina��o da ind�stria 4.0 com novos formatos de neg�cios vai gerar padr�es e h�bitos de consumo capazes de afetar setores inteiros.
O advento do ve�culo aut�nomo, por exemplo, associado aos servi�os de compartilhamento, derrubar� a venda de autom�veis. Para alguns especialistas, tal movimento levar� � redu��o da frota de ve�culos para patamares equivalentes a algo entre 10% e 20% dos volumes atuais.
Assim como ocorreu em outros momentos de ruptura, a ind�stria 4.0 cria oportunidades para que novas economias se integrem �s cadeias globais de valor e ocupem espa�os mais relevantes no mundo.
Por contar com uma diversificada base industrial, o Brasil re�ne condi��es de aproveitar a janela aberta por essa revolu��o. Mas o tema nem sequer aparece na pauta de debates no pa�s, pois nossas energias s�o inteiramente consumidas pelo esfor�o em consertar os erros das recentes gest�es econ�micas. N�o � desculpa aceit�vel, por�m, para que o Brasil perca mais essa oportunidade.
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Coment�rios
Ver todos os coment�rios (2)Marcio Mariano Junior
18/01/2017 17h56 DenunciarEduardo Giuliani - GiulianiGrowth
13/01/2017 13h19 DenunciarEstá viajando sem os pés no chão. Indústria 4.0? Não temos viabilidade nem para a 2.0. Desindustrializamos a indústria 1.0 e ainda vem falar de 4.0? As nossas siderúrgicas com o melhor minério do mundo estão quebradas. Enquanto não entender como se faz política industrial para ocupar a mão-de-obra que temos disponível, não faz sentido ficar pensando em negócios ainda mais sofisticados. Não há atalhos em conhecimento. Primeiro temos que re-empregar 22,5 milhões na indústria 1.0.
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É possível falar disso com pés no chão e não perder esta oportunidade que pode ser a lápide ou a tábua de salvação da indústria nacional. Startups mineiras como Forsee e Virturian tem soluções acessíveis até a PMEs e de altíssimo resultado em termos de competitividade (maior produtividade com menores custos, dados em tempo real) hoje chamadas de Ind.4.0 ou Manufatura Avançada. Em fábrica com 150 operários aumentaram a produtividade por funcionário em 62% e lucro líquido em 40% em 6 meses ;-)